Ausências...
Passou uma semana. São sete dias. Quase cento e sessenta e oito horas. Mais de dez mil minutos. Tempo de mais no meu entender.
Nesse intervalo de tempo que mediou entre o "então" e o "agora", dei início ao processo por diversas vezes, sem nunca no entanto ser capaz de o concluir. Como se faltasse algo. Como se nele não houvesse alma. Mesmo agora, é difícil. Falta algo. Faltam as páginas em branco do meu caderno esgotado. Páginas que não podem ser substituídas. A caneta não se apraz com as folhas de um qualquer caderno. A escrita não se esgota numa qualquer folha de improviso. Precisa do seu espaço e do seu tempo.
Dir-me-ão "mas é só um caderno". Não, não é só "um" caderno. É uma extensão de mim. Que me acompanha. Com quem compartilho os meus pensamentos em primeira mão. Que recebe sem julgamentos a minha euforia e a minha ira. Que não se importa com as minhas indecisões e amuos. Que aceita os meus enganos e encantos.
Não, não é só um caderno. É "o" meu caderno.
Sinto a sua falta. Deveria ser inesgotável. Mas não é. E tenho de encontrar outro que o substitua. Ao qual possa chamar de meu. O qual posso sentir como meu. Mais do que isso. No qual posso sentir "Sou Eu!".
Espero que não demore muito a encontrá-lo. Que não demore muito a escolher-me.